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‘Não estamos longe de ver mais mulheres na área de tecnologia’

Novos retratos da EPT

Formada no curso técnico em informática, Evelyn Fegruglia diz que vê um incentivo muito grande a uma maior igualdade de gêneros na economia digital   
 

Mulher sentada em frente a computador

Descrição gerada automaticamente

Aluna do curso superior de Engenharia de Software, a estudante Evelyn Fegruglia lida todos os dias com um contexto de uma área em que o gênero feminino ainda tem pouco espaço para atuação. Na sua turma de 70 alunos, apenas quatro são mulheres. Apesar deste cenário, sua experiência anterior como estudante do curso técnico em informática faz com que ela seja otimista quanto à presença de mulheres que se formam na área de tecnologia e se inserem no mundo do trabalho na economia digital. 

“Acredito que não estamos distantes de um momento em que mais mulheres vão entrar na área de tecnologia”, diz Evelyn. 

A confiança dela vem do cenário completamente diferente em que ela viveu durante o curso técnico integrado ao ensino médio na Escola Estadual Waldemir Barros da Silva, em Campo Grande (MS). “Na escola o ambiente é totalmente diferente do ambiente da faculdade. Na escola, metade dos alunos era de meninas, e as mulheres recebiam muito incentivo para ir para a área, e tínhamos professoras que incentivavam a presença de mulheres e ninguém fazia nenhuma diferença de gênero entre os alunos”, conta.

Essa percepção se alinha aos dados sobre a presença feminina em cursos técnicos pelo Brasil. As mulheres são 58% do total de matriculados na Educação Profissional e Tecnológica (EPT) de nível médio em todo o país, segundo dados do Censo Escolar 2020 levantados pelo Itaú Educação e Trabalho. A proporção de mulheres matriculadas nos eixos tecnológicos de ambiente e saúde e desenvolvimento educacional e social, em proporção, é três vezes maior em relação aos homens.

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Além disso, segundo Evelyn, há um claro impulso para que mais mulheres se juntem à área. “As empresas estão criando projetos de incentivo e oferecendo cursos para a inclusão de mulheres, e há vagas que são abertas especialmente para mulheres. Há um grande incentivo para a presença de mulheres e acho que daqui a uns seis ou sete anos vai aumentar muito o número de mulheres nessa área”, diz.

Um ponto importante, ela explica, é que a formação técnica ajuda na inserção no mundo do trabalho. “Depois do curso técnico, para eu me inserir no mercado de trabalho, não preciso mais passar pela fase de ser estagiária. Como já tenho o certificado do curso, posso ser efetivada diretamente como profissional”.

A partir da experiência de Evelyn na escola de Campo Grande, isso acontece não apenas por causa do diploma, mas também pela qualidade do curso, que tem uma metodologia focada em pesquisa. “Os professores atuam como orientadores, e não aparecem simplesmente para passar a matéria no quadro. Eles orientam o estudo, dando um direcionamento de pesquisa, com um questionário que precisamos responder. E assim chegamos até mesmo a escrever artigos científicos. A gente aprende todas as matérias pesquisando”, diz.

Outro ponto importante é que o curso técnico prepara os alunos para a realidade no mundo do trabalho, com desenvolvimento de oratória, comunicação e de comportamento profissional.

“O ensino médio integrado com o técnico é uma grande oportunidade para os jovens se adaptarem à rotina de ficar o dia inteiro fora de casa e trabalhar. Até porque, quando as pessoas terminam o ensino médio, elas têm que trabalhar e têm que ficar o dia fora de casa, trabalhando, estudando, e o ensino integral deixa os jovens muito mais preparados para esta rotina do que quem estuda só meio período.”

(Depoimento dado à equipe do Itaú Educação e Trabalho, em agosto de 2022) 

O Itaú Educação e Trabalho estabelece parcerias com as secretarias estaduais de Educação, oferecendo apoio técnico para viabilizar e aprimorar a oferta da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) e a inserção digna no mundo do trabalho.  

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