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´Mulheres que vão à oficina ficam curiosas sobre mecânica’

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Yara Campos sempre foi apaixonada por carros, se formou no curso técnico em Manutenção Automotiva e pretende trabalhar em montadora

A jovem Yara do Nascimento Campos, de 20 anos, mora em Teresina (PI) e é apaixonada por carros desde criança, mas por muito tempo ela sequer cogitou trabalhar nesta área, que ainda é dominada por homens. Foi só quando descobriu o curso técnico em Manutenção Automotiva que se deu conta dessa possibilidade, ficou curiosa para conhecer mais e foi atrás da sua formação na área.

“Eu nunca tinha nem pensado em fazer esse curso, mas sempre gostei de carro, então me interessei e decidi ir atrás”, conta. 

Em pouco tempo, ela fez o curso técnico, um estágio de três meses em uma oficina, ganhou experiência e foi contratada para trabalhar. Agora ela já faz um curso superior em Engenharia Mecânica e pretende continuar estudando e ir mais adiante. “Quero trabalhar numa montadora, numa fábrica”, sonha.

Yara faz parte do percentual ainda reduzido de mulheres que estão matriculadas em cursos técnico que até então têm pouca aderência entre o público feminino. Menos de 10% dos alunos são do gênero feminino nos cursos técnicos de manutenção de aeronaves em grupo motopropulsor, manutenção automotiva, impressão fotográfica e flexográfica, impressão offset, mecânica de precisão, soldagem, manutenção de máquinas industriais, segundo dados levantados pelo Itaú Educação e Trabalho, com base no Censo Escolar de 2020. 

“São poucas as mulheres que querem entrar na área de mecânica. Conheço poucas, pois na escola éramos apenas quatro e tive somente uma amiga enquanto era jovem aprendiz. Ainda assim é muito legal ser mulher nessa área, e somos admiradas e elogiadas todos os dias”, afirma.

Os dados mostram que as formações técnicas que têm mais mulheres do que homens matriculados são de estética, podologia, alimentação escolar, cuidados de idosos, saúde bucal, artesanato, modelagem de vestuário, confeitaria, vestuário, enfermagem, hemoterapia, multimeios didáticos, entre outros

Para Yara, muitas mulheres do seu entorno se interessam por mecânica e carros quando a veem trabalhando. “Converso com muitas mulheres que vão à oficina e que perguntam como entrei na área. Elas ficam curiosas e querem conhecer mais sobre o assunto, e até procuram informações sobre o curso”, diz.

Yara conta que o curso mudou a vida dela, e que foi um grande diferencial que a permitiu ter experiência na área. “Nunca imaginei que conseguiria isso, mas aprendi muito no curso. A gente estuda praticamente tudo o que envolve o carro e dá para pegar uma boa noção. E tudo o que aprendi lá eu uso no dia a dia no trabalho da oficina. Fazemos troca de óleo, desmontamos motor, corrigimos suspensão, trocamos pneu, mexemos com injeção eletrônica”, explica. 

Além disso, ela conta que a formação técnica facilitou muito sua entrada no mundo do trabalho, pois o curso passa muitos detalhes sobre o carro, cada parte dele, cada sistema. “No começo a minha família não achou uma boa ideia eu entrar na escola para estudar mecânica. Eles achavam que eu não ia conseguir um emprego. Mas hoje, em qualquer lugar que eu quiser, eu consigo trabalhar, pois já tenho experiência”, diz. “Gosto muito do dia-a-dia da oficina. As pessoas que trabalham lá são muito legais e muito alegres. Me sinto bem trabalhando lá”.

A experiência de Yara exemplifica o atual cenário de inclusão produtiva para quem cursa EPT. Dados levantados pelo Itaú Educação e Trabalho revelam que as mulheres ocupam 34% mais cargos de nível técnico, segundo dados da RAIS de 2021, em relação aos homens.

(Depoimento dado à equipe do Itaú Educação e Trabalho, em agosto de 2022)

O Itaú Educação e Trabalho estabelece parcerias com as secretarias estaduais de Educação, oferecendo apoio técnico para viabilizar e aprimorar a oferta da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) e a inserção digna no mundo do trabalho. 

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