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“Formamos os nossos alunos para falarem sobre educação ambiental com familiares, amigos e vizinhos”
Professora do curso técnico de Meio Ambiente defende que a economia agrícola deve se atentar à preservação do meio ambiente
A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Graça Aranha, em Santa Maria de Jetibá (ES), tem importância significativa na cidade com a oferta de cursos técnicos de ‘Meio Ambiente’, ‘Administração’ e ‘Agronegócio’. A economia predominante do município é a do agronegócio, com forte presença da agricultura familiar, responsável por abastecer, aproximadamente, 90% dos produtos na Grande Vitória. Engenheira Agrônoma com mestrado em Agricultura Tropical pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Luciane Laurett é professora no curso de Meio Ambiente e vê a formação técnica como fundamental considerando o bioma local. “Um dos insumos mais importantes para a produção de alimentos é água e só a teremos se preservarmos e cuidarmos do meio ambiente. A gente parte da premissa de ensinar para os alunos esse equilíbrio: o desenvolvimento é necessário, mas precisa estar alinhado à sustentabilidade.”, afirma.
Segundo a professora, o município de Santa Maria de Jetibá tem a melhor divisão fundiária do estado do Espírito Santo, ou seja, as terras estão bem distribuídas entre os produtores menores ao invés de serem concentradas nas mãos de poucas pessoas.
Entre as ações desenvolvidas pela EEEFM Graça Aranha está o projeto Compensar, que destina resíduos sólidos descartados pela escola, especialmente papel, para serem revendidos. Com o dinheiro arrecadado, é feita a compra de mudas de espécies da Mata Atlântica, que são distribuídas entre os alunos para plantarem de acordo com o que aprenderam. Ao longo do curso há outras atividades práticas como plantio de espécies nativas, visando a recuperação de áreas degradadas e aulas de conscientização para a população na cidade sobre coleta seletiva.
“Com os desastres ambientais acontecendo com maior frequência, como o que aconteceu no Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024, precisamos conscientizar a população para um cuidado maior com o meio ambiente,” afirma, tendo em mente que muitas pessoas não acreditam em mudanças climáticas e nos desastres em consequência dessas mudanças. “Quando pensamos na formação dos nossos alunos, salientamos que eles devem constantemente também falar sobre educação ambiental com familiares, amigos e vizinhos. Todos devem cuidar do ecossistema e esse cuidado precisa ser feito diariamente, seja com pequenas ou grandes mudanças no setor produtivo.”
Para Luciane, o mundo de trabalho para técnicos em meio ambiente é muito amplo. “Cresce cada vez mais a demanda por profissionais nessa área porque a população como um todo vem se preocupando em adquirir produtos que prezem pela sustentabilidade,” diz Luciane.
(Depoimento dado à equipe do Itaú Educação e Trabalho em junho de 2024)
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