Com 7,7 milhões de trabalhadores no terceiro trimestre de 2023, é uma das economias emergentes relacionadas às profissões em crescimento
Comemorado no dia 5 de novembro, o Dia da Cultura é uma data nacional que celebra a música, literatura, folclore, artesanato e outras expressões artísticas que compõem a cultura diversa do nosso país. A data foi escolhida por ser também o aniversário de Rui Barbosa, autor, diplomata e fundador da Academia Brasileira de Letras. Além de ser fundamental para construção da identidade de um povo, a cultura é também um importante ativo para o desenvolvimento econômico do país.
A economia criativa é uma alavanca poderosa para a geração de empregos e engloba setores como artes, design, música, cinema e tecnologia. Segundo o Painel de Dados da Fundação Itaú, publicado no Observatório Itaú Cultural, o setor está em crescimento e registrou mais de 7,7 milhões de trabalhadores no terceiro trimestre de 2023. Além disso, também foi responsável por 3,11% das riquezas geradas no país em 2020 (aproximadamente R$280 bilhões).
Dinho Zâmbia, professor de artes da Escola Estadual Técnica de Artes, Tecnologia e Economia Criativa Poeta Juca Pontes de João Pessoa, na Paraíba, relaciona o conceito da economia criativa, definida como o setor econômico formado de criação, produção e distribuição de bens que se originam a partir de criatividade, capital intelectual e inovação, com seu trabalho. “A economia criativa já começa como uma atividade, com conceitos e com trabalhos que te dão possibilidades futuras”.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o mercado cultural gera uma renda anual de US$2,25 bilhões mundialmente e é responsável por cerca de 30 milhões de empregos. É considerado um dos setores globais em maior expansão, representando 7% do PIB mundial, com projeções da OIT (Organização Internacional do Trabalho) indicando um crescimento entre 10% e 20% nos próximos anos.
Diante de um cenário tão promissor, a educadora da escola de João Pessoa, Olívia Figueiredo, defende o protagonismo de seus alunos e a importância da cultura na educação. “A arte vem como agente transformador para esses alunos. Eles podem usar tanto na faculdade quanto no trabalho, pois o processo criativo e a criatividade podem ser usados em qualquer área da nossa vida”, explica.
O estudante paraibano Thierry Felipe, que cursa o técnico de produção de áudio e vídeo na Escola Estadual Técnica de Artes, Tecnologia e Economia Criativa Poeta Juca Pontes, também se empolga com a área e as possibilidades de ascensão no mundo do trabalho. “Recomendo o curso técnico de artes porque por mais que seja puxado, com muitas atividades, você consegue ter uma abrangência maior do mundo do trabalho e assim se capacitar melhor para o futuro,” afirma Felipe.
Já para o estudante do curso técnico de teatro Anthony Gabriel, “a arte é algo que muda a visão do mundo e das coisas, e deveria ser mais valorizada. Ter novas experiências é muito importante para jovens do ensino médio e eu me encontrei no teatro. É um passo para a gente saber o que quer do futuro.”
Economia do futuro
A economia criativa é uma das emergentes relacionadas às profissões em crescimento como mostra o estudo “O Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras”, realizada pelo Itaú Educação e Trabalho em parceria com Fundação Roberto Marinho, Fundação Arymax, Fundação Telefônica Vivo e GOYN SP e executado pelo Instituto Cíclica em parceria com o Instituto Veredas.
Ela faz parte de um grupo de cinco economias que apresentam o maior potencial de crescimento nos próximos anos. São elas: a economia verde, a economia do cuidado, a economia prateada, a economia criativa e a economia digital. Em cada uma há diferentes setores e possibilidades de desenvolvimento de carreiras.
O estudo apresentou as tendências do mundo do trabalho e o retrato das juventudes brasileiras, em busca de oportunidades para a inclusão produtiva. A EPT quando conectada aos desejos dos jovens e realidade do mundo contemporâneo é uma ferramenta valiosa para a inclusão na economia criativa, promovendo a produção e o desenvolvimento da cultura no país.
Acesse a íntegra do estudo “O Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras “ aqui.