“É responsabilidade da escola mostrar que há um mundo de possibilidade que o aluno pode vislumbrar”

Professora do curso de “Agroindústria – Cacau e Chocolate” acredita no potencial do ensino técnico para o desenvolvimento econômico de sua região

A região do sul da Bahia, onde Ilhéus está localizada, é historicamente promissora na produção de cacau para exportação, resultando em pouca confecção de chocolate para o mercado local e internacional, que poderia somar a exportação de matéria de forma a beneficiar o município. “Fez-se necessário um curso para que as pessoas da região aprendessem sobre como fazer chocolate. A partir daí, foi possível incentivar os produtores de cacau a equiparem as suas fazendas com instalações próprias para a produção de chocolate”, afirma Jaqueline de Jesus Silva, professora no curso técnico de “Agroindústria - Cacau e Chocolate” no Centro Estadual de Educação do Chocolate Nelson Schaun (CEEP do Chocolate).

Ela leciona as disciplinas “Obtenção e processamento de produtos de origem animal e vegetal”, "Métodos de conservação, embalagens e aditivos”, “Microbiologia de alimentos” e “Bioquímica de alimentos”. E, além das disciplinas obrigatórias previstas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a escola possui um itinerário contínuo feito em parceria com a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Através desse projeto, os alunos podem seguir seus estudos no ensino superior após concluir o técnico médio por meio de progressão curricular; após formados no curso de agroindústria do CEEP do Chocolate, podem fazer o vestibular e concorrer a vagas reservadas através de edital para esses estudantes egressos no curso superior de tecnologia em Produção de Cacau e Chocolate na UFSB. Os conhecimentos adquiridos no técnico são levados em consideração ao se matricularem na UFSB, graças a um aproveitamento de créditos que os permitem concluir a formação no curso superior em menos tempo. Segundo Jaqueline, a aproximação com a universidade ajuda a criar um aspecto profissional à CEEP do Chocolate, visando o crescimento econômico da região.

“É responsabilidade da escola mostrar que há um mundo de possibilidades que o aluno pode vislumbrar,” afirma. “Eu acredito no trabalho que eu e meus colegas professores fazemos para que nossos alunos saiam daqui com vontade de crescer e de contribuir com o desenvolvimento da nossa região”, comenta.

A professora destaca que o chocolate é uma paixão de todos, e para ela, é um produto que vai crescer e avançar pelo mundo afora. “E quem estiver inserido nesse mercado também vai crescer junto”, ressalta. Jaqueline reforça a importância do curso técnico, citando a construção do curso de Agroindústria a várias mãos e o desejo de que a produção de chocolate local possa expandir ainda mais a região de Ilhéus. “O desenvolvimento só vai acontecer se os alunos virem o chocolate como um produto promissor. O curso o traz como um bem econômico, social, cultural, que produzimos e exportamos. Nosso curso está pronto para receber quem vê esse produto como algo além de apenas uma commodity econômica”, conclui a professora.
 

(Depoimento dado à equipe do Itaú Educação e Trabalho em agosto de 2022)
 

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