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"Com o que aprendi na escola oriento minha família a cuidar do meio ambiente”

Novos retratos da EPT

Estudante do curso técnico de Meio Ambiente aprende e engaja pessoas da sua região sobre a importância da preservação da natureza frente às mudanças climáticas

Moradora de uma região que possui grandes reservas de matas, em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo, a estudante Mikaelly Schmidt, de 17 anos, viu no curso técnico de Meio Ambiente, integrado ao Ensino Médio, a oportunidade de se desenvolver profissionalmente na área aquecida na cidade. Com aulas práticas e conteúdo teórico, o curso da EEEFM Graça Aranha ampliou o conhecimento de Mikaelly sobre as medidas de proteção à natureza. “Minha família é de agricultores, e com o conhecimento que aprendi na escola pude orientá-los a cuidar do meio enquanto trabalham. Como, por exemplo, não colocar agrotóxicos perto de rios, e a importância de reserva de matos em topo de morros,” conta ela.

Além de interesse em sua inserção no mundo do trabalho, Mikaelly também valoriza o curso técnico pela temática estar alinhada com a agenda de sustentabilidade. “Acho que, se cada um fizer sua parte, vamos ter um meio ambiente melhor,” diz ela. “Precisamos aprender a cuidar dele da maneira correta, fazer nossa parte e educar nossas famílias.”

Mais do que formar os alunos para atuar na economia verde, o curso técnico de Mikaelly tem um olhar social relevante, principalmente em termos de informação e comunicação. Isso porque a cultura pomerana, proveniente de descendentes dos alemães da região histórica e geográfica da Pomerânia, é muito forte e presente na cidade. Pomeranos migraram para o Brasil e outros países durante o século XIX, e hoje estima-se que cerca de 120 mil deles vivem no estado de Espírito Santo – especialmente em Santa Maria de Jetibá, que tem, inclusive, aulas da língua pomerana no ensino público e festivais tradicionais da cultura todos os anos. Como muitos moradores de Santa Maria de Jetibá, Mikaelly também fala a linguagem pomerana e a utiliza em atividades na escola, quando considera relevante. “Tenho muito orgulho de poder falar essa língua,” conta.

Fizemos uma pesquisa e descobrimos que muitas pessoas não sabiam que tinha coleta seletiva de lixo aqui na cidade, e nosso professor nos levou para a rádio local para informar sobre isso,” afirma, contando que aprendem sobre o cuidado com o meio ambiente no contexto regional. “Pude falar em pomerano na rádio, muitas pessoas que moram na roça e a língua é mais fácil e atrativa para a compreensão deles. Alguns nem falam português.”

A estudante afirma que não se arrepende da escolha de optar por um curso técnico junto a seus estudos no ensino médio. “O curso é maravilhoso e os professores são muito capacitados e atendem qualquer dúvida que temos. A escola valoriza os cursos técnicos e faz de tudo para podermos nos sobressair.” Ainda, recomenda escolhas como a sua: “Você vai se formar com mais conhecimento e ainda pode escolher o curso técnico com que se identifica mais. É uma oportunidade única.”

 

(Depoimento dado à equipe do Itaú Educação e Trabalho em junho de 2024)

 

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