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Por que é importante monitorar e avaliar cursos técnicos

Capacitação

Acompanhar a oferta possibilita ajustes rápidos e analisar dados permite medir a efetividade da política pública para o jovem

A Educação Profissional e Tecnológica (EPT) vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil como um caminho relevante para ampliar oportunidades de estudo, desenvolvimento e inserção das juventudes no mundo do trabalho. Nesse contexto, os cursos técnicos de nível médio destacam-se por oferecer formação prática e atualizada, que aproxima milhões de jovens das reais demandas do setor produtivo.

Mas para que essa oferta de fato cumpra seu papel, é fundamental que as redes de ensino contem com processos sólidos e contínuos de monitoramento e avaliação dos cursos. É isso que garante qualidade, eficiência e, principalmente, impacto real na vida dos estudantes.

Monitorar um curso técnico significa acompanhar de perto o que acontece antes, durante e depois da formação dos jovens. Esse acompanhamento permite que gestores, escolas e parceiros identifiquem o que está funcionando bem e o que precisa ser ajustado e assim corrijam rotas sempre que necessário. Sem monitoramento, perde-se a capacidade de identificar entraves rapidamente, ajustá-los e garantir que a formação ofertada tenha qualidade e esteja de fato preparando os jovens para o mundo do trabalho.

Outro ponto chave é que o monitoramento oferece uma visão concreta da jornada dos estudantes: como está a frequência na escola? Há dificuldades de adaptação às atividades práticas? A articulação com as empresas está fluindo? Os conteúdos estão fazendo sentido para a realidade profissional? Ao acompanhar indicadores como frequência, taxa de evasão, desempenho e alinhamento entre teoria e prática, as redes de ensino conseguem detectar sinais de alerta e trabalhar para garantir que cada etapa da formação esteja cumprindo sua função.

Já a avaliação complementa o monitoramento ao analisar os resultados e os impactos do curso ofertado. Na prática, ela possibilita medir a efetividade dos cursos técnicos. É por meio da avaliação que é possível responder a perguntas essenciais: os estudantes concluíram o curso? Desenvolveram as competências previstas? Conquistaram empregos de qualidade? Prosseguiram nos estudos? Em outras palavras, a avaliação diz se a política pública realmente fez a diferença na vida dos jovens.

Além disso, a avaliação permite compreender a relevância dos cursos para o território: o currículo está de fato alinhado às demandas produtivas locais? As empresas estão satisfeitas com os jovens contratados? Os egressos estão encontrando oportunidades adequadas às suas formações? Isso pode exigir analisar indicadores como empregabilidade após seis e doze meses de conclusão, continuidade dos estudos na universidade, rendimento médio, satisfação dos estudantes e qualidade percebida pelas empresas contratantes. A partir desses dados, gestores conseguem aprimorar a oferta, reorganizar cursos, se necessário, fortalecer parcerias e planejar expansões de oferta de uma forma mais estratégica.

Com monitoramento e avaliação, notam-se avanços na ponta: a escola tem mais clareza sobre seus desafios, as empresas acompanham melhor o desenvolvimento dos estudantes e os jovens recebem uma formação mais coerente e atualizada para suas trajetórias profissionais.

Ao mesmo tempo, fortalecer a cultura de dados nas redes de ensino é algo fundamental. Por meio do acompanhamento de cada etapa, ouvindo jovens, famílias, educadores e empresas e tomando decisões baseadas em evidências, ou seja, orientadas pelos dados colhidos, a rede estadual pode otimizar seus recursos disponíveis, aprimorar as parcerias com empresas e com instituições formadoras e aperfeiçoar a qualidade da oferta.

Alinhada a essas constatações, a plataforma Escola Fundação Itaú oferece o curso aberto e gratuito “Trilha de Monitoramento e Avaliação da Política Estadual de Educação Profissional e Tecnológica (PEEPT)”. Com carga horária de seis horas e formato autoinstrucional, ele oferece dicas práticas aos gestores, a partir da experiência real de três redes estaduais sobre como acompanhar e mensurar suas políticas estaduais de EPT.

Em complemento, dois documentos detalhados, disponíveis no Observatório Fundação Itaú, auxiliam gestores que querem se aprofundar nesse assunto. Um deles é o Documento de referência para monitoramento e avaliação da PEEPT e o outro é o Guia prático: implementação do ciclo de monitoramento e avaliação da PEEPT. Por fim, a ferramenta Monitoramento e avaliação da PEEPT, também no Observatório, reúne um conjunto de rubricas avaliativas que ajudam a produzir informações qualificadas.