Levantamento “Juventudes e a Pandemia: E agora?” ouviu mais de 16 mil jovens e mostra visão positiva sobre novas formas de trabalho
Mais de 7 a cada 10 jovens brasileiros estão otimistas em relação ao seu desenvolvimento nos estudos. E para cada 6 a cada 10 o otimismo prevalece em relação à qualidade do ensino e conexão da educação com o mundo do trabalho. Segundo uma pesquisa realizada em todo o país, quase 80% dos jovens estão otimistas em relação a oportunidades de qualificação profissional e surgimento de novas formas de trabalho.
Esses são alguns dos resultados da pesquisa “Juventudes e a Pandemia: E agora?”, que ouviu mais de 16 mil jovens, de 15 a 29 anos, de todo o país para entender os impactos da pandemia, os hábitos adquiridos e as prioridades para a saúde, educação, trabalho e renda. Esta é a terceira edição da série de pesquisas “Juventudes e a Pandemia do Coronavírus”, realizadas também em 2020 e 2021. As três edições juntas somam mais de 118 mil respostas.
Assista ao evento de lançamento dos resultados da pesquisa
Esta edição foi coordenada pelo Atlas das Juventudes, teve apoio do Itaú Educação e Trabalho, GOYN-SP e UNICEF, e contou com a parceria do Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE), Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Rede Conhecimento Social, Mapa Educação, Porvir, UNESCO e Visão Mundial.
O estudo revela o que os jovens esperam dos governantes às vésperas das eleições e diante dos efeitos da pandemia no país. Ele mostra o interesse das juventudes em investimentos em educação, combate à fome, fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e recuperação econômica.
Pensando no futuro na área de trabalho e renda, as ações prioritárias mais citadas para instituições públicas e privadas ajudarem jovens a lidar com efeitos da pandemia foram a oferta de cursos para a qualificação profissional e editais para fomento de projetos das juventudes.
Educação e aprendizado
A pesquisa também trouxe dados importantes sobre a percepção de jovens sobre educação e aprendizado. Segundo ela, nos últimos seis meses, 34% dos jovens pensaram em parar de estudar e 11% ainda pensam. Durante a pandemia boa parte dos jovens de fato chegou a interromper os estudos em algum momento: em 2020, foram 28%; em 2021, 16% e em 2022, 3%.
A pesquisa revela ainda que 55% deles sentem que ficaram para trás em termos de aprendizagem, como consequência da pandemia. Mais da metade deles (52%) sente que desenvolveu ou intensificou a dificuldade de manter o foco, 43% de se organizar para os estudos e 32% para falar em público, em função do período remoto.
Apesar dos dados preocupantes, o estudo também mostra informações positivas sobre a situação das juventudes. Mais de 70% deles estão otimistas em relação ao seu desenvolvimento nos estudos. E para 60% o otimismo prevalece em relação à qualidade do ensino e conexão da educação com o mundo do trabalho. Entre os entrevistados, 82% pretendem continuar estudando após a conclusão da etapa que estão atualmente.
Além disso, quase 7 a cada 10 mencionaram os novos hábitos adquiridos durante a pandemia, como o uso de tecnologias para estudar. Cinco a cada 10 citam o uso da internet para aprofundar os assuntos e ir além do que é trabalhado em sala de aula pelos professores. Além do uso de ferramentas interativas para a aprendizagem. E 48% relatam que adquiriram o hábito de ler mais.
Quase 50% dos jovens ouvidos consideram que os conteúdos mais importantes para a escola estão relacionados à preparação para o mundo do trabalho e atividades para trabalhar as emoções.