Relatório de Trabalho e Renda, do Itaú Educação e Trabalho, feito a partir da pesquisa “Juventudes e a Pandemia: E agora?”, ouviu mais de 14 mil jovens para entender o impacto da crise sanitária na vida profissional deles
Um estudo do Itaú Educação e Trabalho, coordenado pelo Atlas da Juventude, revela que os jovens que estão inseridos no mundo do trabalho são mais otimistas sobre o futuro do que aqueles que procuram colocação. De acordo com o levantamento, 78% dos jovens empregados estão otimistas em relação ao futuro, enquanto pessimismo é maior entre os jovens que procuram trabalho.
A avaliação faz parte do relatório especial “Trabalho e Renda”, com dados da terceira edição da pesquisa “Juventudes e a Pandemia: E agora?”, que ouviu mais de 14 mil jovens sobre relações de trabalho e renda depois da pandemia. O objetivo é investigar o impacto da crise sanitária na vida profissional das juventudes brasileiras.
A pandemia de Covid-19 afetou diretamente as relações de trabalho, levou a uma queda de renda para muitas famílias e impactou a saúde mental dos entrevistados. O relatório aponta que o bem-estar psicológico está estreitamente relacionado às perspectivas de trabalho entre os jovens. Ele mostra que mais de 60% deles relataram que sofrem de ansiedade. Entre os que procuram emprego, o índice chega a 71%, indicando que são os mais fragilizados nesse aspecto em relação aos demais perfis analisados. Já os jovens com emprego têm melhores percepções de futuro para suas vidas, além de serem menos afetados por questões de saúde mental quando comparados àqueles que procuram trabalho.
O estudo revela ainda que 40% dos jovens que estão procurando emprego avaliam o próprio estado emocional como ruim ou péssimo. Esse percentual cai para 21% entre os que estão trabalhando e para 27% entre os que não estão trabalhando e não estão procurando trabalho.
No quesito de percepções de futuro para sua qualidade de vida, 34% dos jovens com trabalho estão parcialmente otimistas e 44% estão muito otimistas, somando 78%. Entre os jovens que procuram trabalho, os índices de otimismo somam 64%. Dos que não trabalham, 72% estão otimistas ou muito otimistas.
“Para que esse otimismo das juventudes em relação ao futuro seja ampliado para todos os perfis de jovens, precisamos proporcionar mais oportunidades para todos. Expandir a oferta de formação profissional e de inserção no mundo do trabalho são caminhos para isso e são anseios desses jovens também. As juventudes estão demandando por ações que viabilizem o desenvolvimento pessoal e profissional a partir de uma educação que os conecte com oportunidades e ajude-os a construir o próprio futuro. Precisamos ouvi-las e agir com urgência”, afirma Diogo Jamra, gerente de Articulação do Itaú Educação e Trabalho.
Entre as ações prioritárias que os jovens cobram de instituições públicas e privadas para lidar com os efeitos da pandemia no mundo do trabalho destacam-se ampliar a oferta de cursos de qualificação profissional, incentivos a projetos das juventudes, incentivo a novas dinâmicas de trabalho, estímulos para surgimento de novos trabalhos e ações para ampliação de empregos formais.
Para tentar mitigar os efeitos negativos da pandemia para a educação, os jovens pedem a criação de políticas de bolsa de estudos, auxílios estudantis e a ampliação de oportunidades de educação profissionalizante. Seis a cada dez jovens, independentemente de sua condição de trabalho, estão muito ou parcialmente otimistas em relação à aproximação do campo dos estudos com o profissional.
A pesquisa mostrou ainda que o sentimento de “ficar para trás no aprendizado” por causa da pandemia é comum entre todos os perfis de jovens entrevistados, mas é mais forte entre os que não trabalham, sendo citado por 65% deles. Esse receio está presente para 59% dos que procuram trabalho e para 54% dos que já têm emprego.
A terceira edição da pesquisa “Juventudes e a Pandemia: E agora?” foi coordenada pelo Atlas das Juventudes, com apoio do Itaú Educação e Trabalho, GOYN-SP e UNICEF e realizada em parceria com Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE), Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Rede Conhecimento Social, Mapa Educação, Porvir, UNESCO e Visão Mundial.