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Pesquisa busca entender impactos da pandemia para as juventudes do Brasil

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Terceira edição da consulta “Juventudes e a Pandemia: E Agora?” está disponível pela internet até 21 de agosto

As crises política, econômica e social agravadas pela pandemia de Covid-19 afetaram as juventudes brasileiras em diferentes contextos, e continuam impactando. A fim de entender essas consequências e construir soluções que apoiem este grupo, a pesquisa "Juventudes e a Pandemia: E Agora?" foi lançada em 18 de julho e pode ser respondida até 21 de agosto por jovens de todo o país, de forma eletrônica.

Trata-se da terceira edição da escuta que já mobilizou mais de 100 mil jovens de 15 a 29 anos do Brasil no primeiro e segundo ano da pandemia e pretende, agora, produzir novas evidências para fortalecer a participação das juventudes nos debates públicos e tomada de decisões. A iniciativa é coordenada pelo Atlas das Juventudes e realizada em parceria com Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE), Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Rede Conhecimento Social, Mapa Educação, Porvir, UNESCO e Visão Mundial, com apoio de Itaú Educação e Trabalho, GOYN-SP e UNICEF. 

Se nas edições anteriores os dados levantados apontaram riscos como a perda de trabalho e renda, a falta de condições para dar continuidade aos estudos e o elevado nível de estresse provocados pelas mudanças nas rotinas dos jovens, a terceira onda se propõe a entender o legado de dificuldades deixadas por esse período. Também irá mapear hábitos adquiridos, aprendizados, mudanças de perspectivas e expectativas para o futuro. 

“A pandemia agravou ainda mais o cenário socioeconômico para as juventudes que, há muito tempo, não dispõem de políticas públicas efetivas que contribuam com seus projetos de vida, principalmente após completar o ensino médio. Essa pesquisa tem importante papel para nos mostrar, a partir da visão dos jovens, quais devem ser as prioridades e os caminhos para enfrentarmos os efeitos dessa crise em suas vidas e para apoiar o desenvolvimento dessa população, que é a chave do progresso do país”, avalia Ana Inoue, Superintendente do Itaú Educação e Trabalho, que apoia a pesquisa.

Como nas edições anteriores, o questionário tem quatro áreas temáticas: saúde e bem-estar; educação e aprendizado; trabalho e renda; e vida pública e democracia. Há ainda algumas perguntas sobre a origem dos respondentes e seu perfil socioeconômico, mas para participar não é necessário se identificar. 

Em cerca de 20 minutos, os jovens têm a oportunidade de relatar experiências, expor preocupações e apontar suas prioridades, respondendo a perguntas como: 

  • "você sente que desenvolveu ou piorou alguma dificuldade por causa do período de ensino remoto?";
  • "quais são as principais preocupações que você tem hoje geradas pela pandemia?"; e
  • “pensando no futuro na área de trabalho e renda, quais são as duas ações prioritárias para instituições públicas e privadas ajudarem jovens a lidar com efeitos da pandemia?”.

“Nosso objetivo é seguir fortalecendo os mecanismos para a ampliação das vozes de jovens. Queremos produzir novas evidências sobre os efeitos da pandemia e do contexto atual em suas vidas e na sociedade e principalmente subsidiar a construção de uma agenda pública a partir das prioridades para e com as juventudes”, afirma Marcus Barão, Coordenador Geral do Atlas das Juventudes, iniciativa que tem a missão de produzir, sistematizar e disseminar dados sobre as juventudes para que sejam feitos os investimentos certos, da maneira correta e no tempo adequado para ativar o potencial da maior geração de jovens da história do país.

A construção do questionário foi realizada por meio da metodologia PerguntAção, que envolve o público da pesquisa em todas as suas etapas. Treze jovens de diferentes regiões do país e com diferentes experiências vêm se reunindo uma vez por semana, desde junho, para debater os temas da consulta. Esse processo participativo é coordenado pela Rede Conhecimento Social, uma das organizações parceiras da iniciativa. 

“Para que as juventudes possam influenciar na tomada de decisões relacionadas a políticas e projetos que as afetam, é preciso que elas sejam protagonistas da construção de conhecimento sobre seu contexto. Por isso, o grupo de jovens pesquisadores têm um papel fundamental na pesquisa: além de trazer uma ampla diversidade de olhares e experiências para a concepção das perguntas, as discussões buscam identificar perspectivas de futuro e propostas para enfrentar os desafios impostos pela pandemia”, diz Marisa Villi, diretora da Rede Conhecimento Social.  

Até o dia 9 de agosto, será realizado um monitoramento diário que influenciará as estratégias que serão adotadas na mobilização por respostas, com o objetivo de garantir diversidade geográfica, de faixa etária, gênero e cor/raça entre os participantes. 

"Ouvir as juventudes, considerando o máximo de diversidades, é a nossa meta, neste momento.  Convidamos a todos e todas a apoiar este processo de mobilização, fazendo chegar o questionário às juventudes de todas as regiões e estados. Faremos esse monitoramento usando como referência os dados de distribuição geográfica e de perfil da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2021. Na medida em que observarmos os segmentos juvenis menos representados, vamos reforçar estratégias de mobilização para eles”, diz Rosalina Soares, assessora de Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho, organização que é realizadora e apoiadora da iniciativa.

A divulgação dos dados da pesquisa "Juventudes e a Pandemia: E Agora?" está prevista para acontecer em setembro. 

Para participar, basta acessar o link https://atlasdasjuventudes.com.br/responderpesquisa.