Em Aquidauana (MS), a professora Gabriele Gonçalves de Mendonça apoia os estudantes a terem o primeiro contato com o mundo do trabalho
Gabriele Gonçalves de Mendonça
Professora de agricultura no Centro de Educação Profissional de Aquidauana Geraldo Afonso Garcia Ferreira (MS)
Os estudantes em contato com o itinerário formativo no ensino médio têm a oportunidade de já poderem enxergar as habilidades técnicas, além das disciplinas básicas. Isso ajuda bastante na decisão sobre as carreiras que podem seguir. Os alunos chegam ao terceiro ano bem ansiosos para ter este contato com o mercado de trabalho. E o primeiro momento em que isso ocorre é no estágio que fazem na escola. Ali, eles já desenvolvem responsabilidade profissional.
“O diferencial do nosso curso técnico é que a gente consegue ter um ciclo completo na formação dos estudantes.”
O aluno do ensino médio que termina a formação na nossa escola consegue ingressar na universidade para continuar estudando na área de ciências agrárias.
Estamos na área rural de Aquidauana, próximo ao distrito de Camisão e ao lado da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. O campus inteiro gira em torno deste eixo de agropecuária. Além do nosso curso técnico, a universidade oferece formação em agronomia, zootecnia e engenharia florestal.
A maioria das nossas aulas práticas são integradas. Dividimos o ambiente com o pessoal da graduação, então, os estudantes acabam tendo contato com essa experiência científica.
“A gente trabalha em projetos de pesquisa do pessoal da universidade, e os estudantes começam a ter um pensamento crítico mais cedo.”
Poder compartilhar do mesmo ambiente da universidade facilita as nossas atividades porque ela tem uma infraestrutura um pouco mais avantajada, efetiva, mais diversa do que se a escola funcionasse sozinha. A universidade tem máquinas e tratores à disposição, tem funcionários que podem ajudar os alunos, tem sistema de irrigação. Essa parte de infraestrutura facilita muito e enriquece a qualidade de ensino que a gente consegue trazer para os nossos estudantes.
Muitos dos nossos estudantes chegam ao terceiro ano sabendo a área em que gostariam de atuar. Sabem se querem ir para o ramo profissional, se querem continuar dentro de uma graduação, então isso ajuda muito na orientação.
“Um ponto importante da formação que oferecemos é que os alunos já saem daqui com uma bagagem de responsabilidade, de atuação profissional.”
Eles já fizeram isso no decorrer do ensino e tiveram a oportunidade de ter praticado em um estágio, de ter uma atuação profissional desde o ensino médio.
Além disso, o empreendedorismo tem que estar presente na formação do estudante desde o primeiro ano. Pois a ideia não é simplesmente ele vir aqui, absorver um conhecimento técnico e não saber o que fazer com isso.
A nossa ideia de disciplina é começar com a abordagem de conteúdo e trabalhar para que esses estudantes no final sempre consigam produzir um produto a partir daquilo que eles aprenderam. Queremos que eles saiam da escola com informações, ideais, projetos para poder desenvolver no decorrer da vida acadêmica e profissional deles.
“Toda disciplina acaba culminando em alguma forma de projeto ou de produto para este estudante.”
Entre os projetos em que trabalhamos, um dos mais importantes é o de hidroponia, que estamos desenvolvendo há um ano. A ideia surgiu por conta do aumento da preocupação com a consciência ecológica. Com a hidroponia, a gente acaba reduzindo o impacto da contaminação de solo, já que as plantas estão sem contato com o solo, utilizando uma solução nutritiva. Além disso, o projeto foi desenvolvido com
uso de garrafas pet, equipamentos reutilizados, com impacto menor no ambiente. Assim a gente consegue fornecer um produto para o consumidor com essa ideia de sustentabilidade.
E além da discussão sobre sustentabilidade, o projeto possibilitou aprofundar o conhecimento dos estudantes. O aluno que trabalha com hidroponia aprende toda a metodologia, desde a instalação do experimento, manutenção e colheita. A estrutura foi feita pelos estudantes, o manejo, trato cultural, a condução de diversas hortaliças, tudo foi feito pelos estudantes.
(Depoimento à equipe do Itaú Educação e Trabalho em setembro de 2022)
O Itaú Educação e Trabalho estabelece parcerias com as secretarias estaduais de Educação, oferecendo apoio técnico para viabilizar e aprimorar a oferta da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) e a inserção digna no mundo do trabalho. O Centro de Educação Profissional de Aquidauana Geraldo Afonso Garcia Ferreira, em Aquidauana, é uma das escolas que oferecem EPT no Mato Grosso do Sul.