Estudo apresenta panorama da evasão escolar no Brasil e aponta ambientes de aprendizagem inovadores e projetos de ajuda à transição para o mundo do trabalho como ações para mudar esse cenário
A produtividade da economia brasileira segue estagnada há décadas, em parte fruto da qualificação da população que está aquém das necessidades da economia moderna do século XXI. Não só o aprendizado dos jovens brasileiros é baixo, mas muitos nem sequer chegam a concluir a educação básica. Um dos principais problemas do ensino no Brasil é justamente a alta taxa de evasão de jovens no ensino médio.
A pesquisa ‘Combate à evasão no Ensino Médio: desafios e oportunidades”, da Firjan SESI em parceria com o PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, traz um amplo painel de dados que mostra que meio milhão de jovens acima de 16 anos abandonam a escola a cada ano. O problema é ainda mais grave quanto mais vulnerável for a população: só 46% da camada social 1/5 mais pobre conclui o Ensino Básico.
Além do painel de dados, o estudo também identificou experiências promissoras de combate ao abandono e à evasão escolar, dentro e fora do Brasil, para ser consultado por gestores educacionais e traz orientações de implementação de políticas, que possam minorar o problema. Distorção idade-série, baixo aprendizado, desigualdade social e econômica, falta de orientação sobre carreiras e, como consequência, um baixo engajamento dos alunos com os estudos: esses são alguns dos principais obstáculos, segundo a pesquisa, a serem vencidos na luta contra a evasão de jovens do ensino médio brasileiro.
Segundo o estudo, as iniciativas que podem contribuir de maneira decisiva para o combate à evasão são: apoio financeiro para pagamento de bolsas para manter ou atrair de volta à escola os alunos de baixa renda, ambientes de aprendizagem inovadores e acolhedores que mantenham os jovens motivados, apoio à gestão escolar e valorização dos professores, projetos de ajuda à transição para o mundo do trabalho que conjugam estudo com o início de uma experiência profissional, apoio psicológico e à aprendizagem, entre outros.
O estudo ainda aponta que, de forma geral, seis a cada dez brasileiros concluem o Ensino Médio até os 24 anos. E que se essa taxa se igualasse à do Chile (93,4%), o custo evitado para o país seria de R$ 135 bilhões por ano, segundo cálculos inéditos com base em metodologia desenvolvida por Ricardo Paes e Barros, professor e pesquisador do Insper.
O estudo completo está disponível no Observatório da EPT.