IET participou do painel “Conexões que transformam as juventudes”, realizado em evento do Global Opportunity Youth Network (GOYN)
“A construção de políticas públicas para as juventudes passa por uma série de questões, como acesso à moradia, saneamento, lazer e cultura, mas temos foco estratégico na discussão da transição da escola para o mundo do trabalho, entendendo que esse é um ponto que poderia alavancar o desenvolvimento e a mobilidade social dos jovens”. A afirmação é de Diogo Jamra, gerente de Articulação, Advocacy, Monitoramento e Avaliação do Itaú Educação e Trabalho durante apresentação no evento GOYN Global Convening 2025, realizado pelo Global Opportunity Youth Network (GOYN), Juventudes Potentes e a United Way Brasil (UWB), com o apoio do Itaú Educação e Trabalho.
O encontro internacional foi realizado pela primeira vez no Brasil entre os dias 6 a 8 de outubro de 2025, com o tema “Conexões que transformam as juventudes: o poder de uma comunidade”. Jovens de nove países e 17 comunidades do Sul Global, organizações sociais, empresas, governos e especialistas se reuniram para discutir soluções para os desafios estruturais que limitam a inclusão produtiva de jovens de 15 a 29 anos em situação de vulnerabilidade social.
No painel “Governos que ativam futuros: políticas públicas para inclusão produtiva da juventude”, realizado no dia 8, quarta-feira, Diogo Jamra destacou a atuação do Itaú Educação e Trabalho para contribuir com a agenda da inclusão dos jovens no mundo do trabalho, abordando parcerias federais e estaduais, formação de professores e estudos com parceiros para apoiar tomadores de decisão na formulação de políticas públicas.
Durante a apresentação, o gerente do Itaú Educação e Trabalho ainda celebrou a aprovação do Sistema Nacional de Educação (SNE) pelo Senado Federal nesta semana, que agora segue para sanção presidencial. Apelidado de “SUS da educação”, o projeto cria uma integração entre os estados e a União para o estabelecimento de diretrizes nacionais de educação.
“É uma agenda que estava sendo debatida no Brasil há 40 anos e é resultado do esforço de diversos atores da sociedade brasileira,” diz. “Espero que a qualidade da educação pública no Brasil possa ser melhorada a partir desse marco”, reforça.
No painel, também participaram Ronald Sorriso, Secretário Nacional da Juventude; Edoarda Loureiro, Coordenadora de Juventudes da Cidade de São Paulo; Mahmoud Noor, Fundador da GOYN África e Atiya Yasmeen, Jovem líder da GOYN Índia.
Em sua fala, o secretário Ronald Sorriso destacou a atuação do Itaú Educação e Trabalho a partir da pesquisa “Juventudes fora da escola”, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, que apontou que, em 2022, cerca de 20% dos jovens brasileiros não haviam concluído a educação básica. De acordo com o secretário, os dados do estudo e o serviço social da indústria viabilizaram a criação do SEJA PRO+, que oferece vagas gratuitas de cursos voltados à conclusão do ensino básico e à qualificação profissional para jovens entre 18 e 29 anos que desejam retomar os estudos com foco na inserção e progressão no mundo de trabalho.
Diogo Jamra também falou da importância de os jovens participarem ativamente no processo de construção das políticas de inclusão, por serem capazes de retratar as necessidades de cada realidade. “Costumamos usar o termo ‘juventudes’ porque ao falar do jovem brasileiro estamos falando de grupos diferentes, em lugares diferentes e com populações com características diversas. Logo, políticas públicas não podem ser uma solução única, precisaremos de uma estratégia diversificada. E isso só é possível com intersetorialidade e com um esforço de diversas áreas do governo,” afirma.
Para Jamra, o setor produtivo também tem um papel fundamental, que envolve contratar, reter e desenvolver as juventudes de forma a gerar mobilidade social. “Não dá para pensar no futuro do Brasil se não incluir os jovens produtivamente”, defende. “Qual o país que nós teremos se não conseguirmos incluir, de forma digna e qualificada, os nossos jovens no mundo do trabalho?”, questiona.
Além do acesso à educação, o evento reuniu mais de 300 pessoas para debater soluções concretas em outras quatro frentes: injustiças estruturais (racismo e gênero), gap digital e futuro do trabalho, empregos verdes e justiça climática, saúde mental e trabalho jovem, além de oficinas, feiras de empreendedorismo e apresentações culturais conduzidas pelos próprios jovens.