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Fundador da KondZilla participa de evento do Itaú Educação e Trabalho e destaca potencial da economia criativa

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Empresário Konrad Dantas falou também da necessidade de gerar oportunidade de formação e inserção das juventudes na área

O empresário e fundador da produtora KondZilla, Konrad Dantas, conseguiu em pouco tempo transformar sua empresa em uma das mais importantes de música independente no Brasil. Com sua visão empresarial, ele viu oportunidade numa área muitas vezes pouco reconhecida no país: a economia criativa. Foi esse o tema que Konrad destacou durante sua apresentação no Encontro Educação e Trabalho: Perspectivas da Educação Profissional e Tecnológica, promovido pelo Itaú Educação e Trabalho no dia 21 de setembro, em São Paulo. Konrad falou sobre o potencial da economia criativa e a necessidade de gerar possibilidades de formação e de inserção das juventudes nessa área. Estudo recente do Itaú Educação e Trabalho, Fundação Roberto Marinho, Fundação Arymax, Fundação Telefônica Vivo e GOYN SP, e executado pelo Instituto Cíclica em parceria com o Instituto Veredas, “O futuro do mundo do trabalho para as juventudes brasileiras”, mostrou que uma das economias emergentes de grande potencial é a criativa.  

Dantas ressaltou a importância da valorização das ideias e da cultura como indústria para o desenvolvimento econômico: “Não existe nenhum país que se desenvolveu fora do campo das ideias. O Brasil não enxerga a cultura como indústria. E a economia criativa é a indústria que mais emprega no primeiro emprego no Brasil”, destacou. Durante sua apresentação, o empresário destacou que a economia criativa desempenha um papel vital na geração de empregos, oferecendo salários que superam a média de outras indústrias, e afirmou que a contribuição do setor para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é significativa, ultrapassando até mesmo a indústria automobilística, com base em dados do Observatório Nacional da Indústria (ONI).

Konrad ainda falou sobre a falta de mão de obra preparada na área para atender às demandas, especialmente por empresas internacionais que atuam no Brasil. “Temos muito dinheiro no mercado e muitos investidores, mas não temos mão de obra qualificada para esse mercado. É raso falar apenas de educação sem colocarmos os jovens talentos dentro do mercado. Temos que garantir isso. Os players [internacionais] quando vêm para o Brasil, com pensamento extrativista, de pegar nossa propriedade intelectual e levar para fora, precisam nos devolver de alguma forma. Temos que organizar e investir esses recursos dentro do nosso mercado. Falo, então, de capacitação técnica, artística, tecnológica e executiva. A Coreia (do Sul) investe na economia criativa desde 1998, a partir de um plano de Estado, e isso reverberou 25 anos depois”, disse.

Konrad contou, ainda, como cursar o ensino profissional mudou sua vida ao abrir caminhos para o mundo do trabalho. “Quando eu morava na favela, tinha quem chegava com carro importado e era programador. Aí eu fui estudar programação no SENAI e isso acabou me ajudando a ler algoritmos de todas as plataformas. A arte também tem que ser orientada via relatório, pelas ferramentas de tecnologia. A arte não é apenas ser ator ou cantor”, comentou.

Konrad Dantas finalizou sua apresentação enfatizando a importância de se adaptar às mudanças tecnológicas e de encarar a tecnologia e a educação como meios para impulsionar o desenvolvimento do país. “Nos países em que estão as matrizes das grandes empresas de tecnologia e bigtechs, estão oferecendo educação e empreendedorismo para a população. Além de bolsas de estudos, não só para quem está estudando, mas também para a família”, disse.