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Especialistas debatem ações intersetoriais para resgatar jovens excluídos da escola

Institucional

Encontro apresentou pesquisa inédita, ouviu representantes do poder público e de organizações da sociedade civil, além de lançar a plataforma 'Juventudes e Trabalho'

Da esquerda para direita: Rosalina Soares, Assessora de Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho; Michel França, Coordenador do núcleo de Estudos Raciais do Insper; Yann Furtado, Coordenador Geral de Políticas Educacionais para a Juventude do Ministério da Educação; Emily Espildora, Pesquisadora da Rede Conhecimento Social; e Ana Lima, fundadora da rede Conhecimento Social.

 

Destacando a necessidade de uma abordagem intersetorial, o evento “Juventudes fora da Escola” realizado na última terça-feira, 12 de março de 2024, pelo Itaú Educação e Trabalho em parceria com a Fundação Roberto Marinho, concluiu que somente com esforços conjuntos será possível criar oportunidades para trazer de volta à escola os jovens que interromperam os estudos. O debate apresentou dados de uma pesquisa inédita com o mesmo nome, que traz números sobre a realidade de jovens afastados da escola, além de reunir especialistas para discutir soluções destinadas a incentivar o retorno dos estudantes às salas de aula.

Entre os principais dados da pesquisa realizada em colaboração técnica com o Instituto Datafolha, a Conhecimento Social Estratégia e Gestão e a Rede Conhecimento Social, a pedido do Itaú Educação e Trabalho e Fundação Roberto Marinho, chama a atenção que  73% dos jovens que estão fora da escola ainda pretendem concluir a educação básica e que, 77% dos que desejam concluir o ensino médio têm a intenção de cursar o ensino técnico, ressaltando a importância da preparação para o mundo do trabalho como um motivador para o retorno à escola.

Para Ana Inoue, superintendente do Itaú Educação e Trabalho, “a pesquisa responde a um interesse comum de lançar luz a um grupo de pessoas que está invisível para a sociedade. Precisamos olhar para essa parcela de jovens que estão fora da escola e trazer soluções para eles. Entender o que acontece com eles, quem são estes jovens, e pensar e desenhar políticas públicas para acolher essa juventude”, analisou.

Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, ao abrir o evento, reafirmou o compromisso com a produção de evidências para embasar a construção de políticas sólidas. “Precisamos abordar as questões relacionadas às juventudes considerando a arte, a música, a educação e, principalmente, a comunidade em que estão inseridos, a fim de oferecer perspectiva e dignidade a esses jovens e àqueles ao seu redor. Os dados desta pesquisa impactarão não apenas os responsáveis pelas políticas públicas nos estados, mas também aqueles envolvidos na tomada de decisões do terceiro setor”, disse.

João Alegria, secretário geral da Fundação Roberto Marinho, reiterou a importância do pacto intersetorial. “Precisamos compreender que a inclusão produtiva não é exclusivamente responsabilidade do Estado; é um dever da sociedade, das empresas e de diversos atores, visando contribuir para uma educação de melhor qualidade no Brasil. Quando considero a inclusão desses jovens, entendo que não existe um modelo único de escola. Precisamos ser flexíveis, pensar em diversidade na oferta educacional para atender às demandas das juventudes. É essencial termos uma educação que faça sentido para esses jovens, co-criada com eles”, explicou Alegria.

O painel que discutiu os dados da pesquisa e discutiu a reintegração dos jovens à educação básica contou com a participação de Rosalina Soares, Assessora de Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho; Ana Lima, fundadora da rede Conhecimento Social; Yann Furtado, Coordenador Geral de Políticas Educacionais para a Juventude do Ministério da Educação, Michel França, Coordenador do núcleo de Estudos Raciais do Insper; Emily Espildora, Pesquisadora da Rede Conhecimento Social; Carla Chiamareli, Gerente de Gestão de Conhecimento do Itaú Educação e Trabalho; Delmar Matias Jr., Secretário adjunto de Educação Profissional e Inclusão do Maranhão; Gabriela Rozman, Gerente de Direitos Humanos e Trabalho do Pacto Global; e Flávio Canto, Fundador do instituto Reação.

Yann Furtado ressaltou a importância dos dados para incidir em políticas educacionais. “Temos desafios importantes dentro do governo e um deles é olhar para as minorias, resgatar e reconstruir políticas que ficaram em segundo plano, auxiliando na trajetória educacional das juventudes”.

Plataforma digital “Juventudes e Trabalho”
Durante o evento, ainda foi lançada a plataforma “Juventudes e Trabalho”, hospedada no portal QEdu, uma iniciativa do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) e da Fundação Roberto Marinho, em colaboração com o Itaú Educação e Trabalho.

Com dados da PNAD, a plataforma oferece um panorama detalhado da situação educacional e de trabalho dos jovens brasileiros, com análises por renda, cor/raça e gênero. A plataforma também apresenta dados sobre a taxa de informalidade por nível de escolaridade, evidenciando os grupos mais afetados, como os mais jovens, aqueles na área rural e os negros.

Para acessar a plataforma “Juventudes e Trabalho” clique no portal QEdu.

Já o resumo executivo da pesquisa “Juventudes Fora da Escola” está disponível aqui.