Estudo mostra que cursar ensino técnico pode gerar, em média, renda de 32% mais elevada
A cada R$1 investido na Educação Profissional e Tecnológica de Nível Médio (EPTNM), o egresso da formação profissional tem um retorno na própria remuneração superior a R$3, revelando que a educação técnica está entre os investimentos públicos mais rentáveis no país. Os dados fazem parte de ampla pesquisa conduzida pelo Insper, a pedido do Itaú Educação e Trabalho e do Instituto Unibanco, que estimou os impactos da EPTNM na empregabilidade e rentabilidade dos egressos dessa modalidade de ensino.
O estudo também mostra que os egressos da EPTNM têm 5,5 p.p. mais chances de estarem no mercado de trabalho formal em comparação com os trabalhadores sem formação profissional. Já as chances de emprego formal para egressos da formação técnica de nível médio são 6,2 p.p. maiores quando comparados com os que não concluíram o ensino superior.
Ao analisar os índices de taxas de ocupação, foi identificado que a formação profissional de nível médio aumenta em 6,8 p.p. a probabilidade de o indivíduo estar ocupado ou procurando trabalho quando comparado àqueles que possuem somente o ensino médio regular completo. O impacto também é maior entre aqueles que não possuem educação superior: a conclusão da EPTNM eleva a probabilidade de ocupação em 7,6 p.p. e a remuneração do trabalho em 18% para o grupo de indivíduos que concluíram apenas a educação básica.
Além disso, segundo a pesquisa, o jovem que cursar ensino técnico terá ao longo da sua vida profissional uma remuneração, em média, 32% mais elevada do que a renda daqueles que concluem um ensino médio regular.
Por fim, os dados revelam que a conclusão de cursos técnicos não apenas aprimora as habilidades individuais, mas também reduz significativamente as chances de os egressos atuarem no segmento informal da economia, o que enfatiza a importância de promover e fortalecer programas de educação técnica, não apenas como meio de desenvolvimento pessoal, mas também como um eficaz instrumento na construção de uma força de trabalho cada vez mais qualificada.
O estudo foi conduzido por Ricardo Paes de Barros, professor titular do Insper, Laura Muller Machado, professora e coordenadora dos programas de pós-graduação em Gestão Pública do Insper, Lígia Lóss Corradi, Consultora em pesquisa socioeconômica, Samuel Franco, sócio-diretor da Oppen Social, e por Andrezza Rosalém, sócia-diretora da Oppen Social, autores do livro “Impacto da educação técnica sobre a empregabilidade e a remuneração”, que será lançado hoje, dia 29 de novembro (quarta-feira), na sede do Insper, em São Paulo.