Aumento das matrículas de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) foi puxada por modalidade integrada ao ensino médio
As matrículas em Educação Profissional e Tecnológica (EPT) têm registrado um ritmo de crescimento no país, principalmente na rede pública, canal que tem a capacidade de democratizar a oferta dessa modalidade de ensino. No ano passado, as matrículas de EPT em escolas públicas cresceram 14,5% em relação a 2023, um incremento de 229 mil, de acordo com o Censo Escolar 2024. No total, o Ministério de Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram que são 2.575.293 matrículas em EPT em 2024, sendo 1.570.993 delas na rede pública.
O aumento das matrículas na EPT ocorreu sobretudo graças à oferta integrada ao ensino médio – o crescimento nesta modalidade representou 26,1%, ou 203.794 matrículas, enquanto o crescimento geral do país foi de 5,3%. A modalidade integrada à Educação de Jovens e Adultos (EJA) registrou crescimento de 53,6%, passando de 38.313 matrículas em 2023 para 58.852 em 2024.
“Esse resultado é mais uma demonstração de que o jovem brasileiro anseia por preparo para o mundo do trabalho, principalmente aqueles que estão matriculados na rede pública de ensino, que responde pela formação de 88,8% dos estudantes do ensino médio todos os anos,” afirma Ana Inoue, superintendente do Itaú Educação e Trabalho.
Apesar do resultado positivo para a EPT, que representa um número total 2,4 vezes maior do que o registrado em 2023, o patamar de matrículas ainda ficou abaixo da meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que previa 4,8 milhões de matrículas de 2014 até 2024. As matrículas de nível médio no ensino técnico até 2024 correspondem apenas a 49,6% da meta do PNE.
“É importante garantir que esse jovem que encerra o ciclo básico de estudos tenha a oportunidade de ter formação profissional ainda na escola, pois desta forma se abrem, de fato, possibilidades de um futuro mais digno no trabalho e na trajetória de vida dele,” defende Ana Inoue. De acordo com a superintendente do Itaú Educação e Trabalho, políticas públicas têm papel fundamental para que o acesso à EPT seja democrático e de qualidade. Um exemplo disso é o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que determina que estados com dívidas com a União podem repactuar seus débitos redirecionando investimentos na ampliação da oferta e qualificação de cursos de Educação Profissional.