Acontece

“Educação profissional, em um mundo em transformação, é uma etapa da formação do jovem”

Educação Profissional Tecnológica Emancipatória
Ensino Técnico
EPT
Eventos
Itaú Educação e Trabalho
Mundo do trabalho

Gerente de Gestão de Conhecimento do IET, Carla Chiamarelli, falou sobre o futuro da educação em seminário sobre as perspectivas da EPT
 

A secretária da Educação do Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira, discursa durante o seminário

“O Brasil tem uma herança maldita na educação profissional, pois muitos acham que ela forma as pessoas para serem mão de obra barata a serviço da empresa, mas isso não é verdade”, defendeu a gerente de Gestão de Conhecimento do Itaú Educação e Trabalho (IET), Carla Chiamarelli, durante o primeiro painel do “Seminário da Educação Profissional – Perspectivas futuras de um mundo em transformação”, realizado nos dias 9 e 10 de novembro na Fecomércio-RS, em Porto Alegre. O evento foi promovido pela Secretaria Estadual da Educação do estado (Seduc), por meio da Superintendência da Educação Profissional (Suepro), e contou com o do Itaú Educação e Trabalho, que atua no estado contribuindo com o desenvolvimento da Educação Profissional e Tecnológica (EPT). 

“A educação profissional em um mundo em transformação é uma etapa da formação do jovem. Ele vai continuar estudando no nível superior ou como tecnólogo, pode fazer uma pós-graduação, doutorado... É uma etapa da formação do jovem, na qual ele já sai apto a trabalhar”, explicou Carla.

Além da representante do IET, o painel "Tendências e inovações na EPT” contou com a participação da secretária da Educação do Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira, e do diretor da Suepro, Bruno Bittencourt. 

No encontro, Raquel Teixeira argumentou que nenhum país se desenvolveu no mundo sem dar um forte peso à educação. “Desenvolvimento não é obra do acaso e requer ciência, governança política e institucional e design de um projeto de futuro. E esse projeto de futuro caberá a essas gerações que estão hoje em nossos cursos técnicos e profissionais”, disse.
 

A gerente de Gestão de Conhecimento do Itaú Educação e Trabalho (IET), Carla Chiamarelli, durante o primeiro painel do seminário

A gerente do IET ressaltou que o Rio Grande do Sul está à frente neste tipo de formação dos jovens. “Pelos dados educacionais, de inclusão produtiva e das taxas de desemprego, vemos que o Rio Grande do Sul tem indicadores melhores do que os do resto do Brasil”, disse Carla. 

Segundo ela, os jovens nas escolas deixam claro que querem ingressar no mundo do trabalho e precisam de informação e formação para isso. “A educação é um direito de todos os jovens. É responsabilidade do Estado e da família, e pode ser promovida em colaboração com a sociedade como um todo. A educação tem que garantir três coisas: o pleno desenvolvimento da pessoa, o preparo para o exercício da cidadania e a qualificação profissional. Independentemente de ser um curso técnico ou não, o jovem tem que sair preparado para a vida e para começar uma atividade laboral. Os jovens não enxergarem a escola como parte importante da formação que vai ser usada ao longo da vida, é um problema”, disse. 

Ecoando o argumento de Chiamarelli sobre o preconceito que ainda existe em relação à EPT, Bittencourt explicou que a educação profissional ainda é desconhecida na sociedade. “Quase 75% dos alunos no RS desconhecem a educação profissional, mas todos querem ter uma formação deste tipo”, disse. 

Segundo ele, a educação profissional é o caminho para acabar com um paradoxo que se vê com frequência na imprensa nacional. “As notícias sobre desemprego e falta de pessoas qualificadas para o mercado parecem não se conectar. E a gente entende que a educação profissional é um dos caminhos para resolver esse problema”, disse ele. 

A empresária Luiza Helena Trajano fala durante o painel “Lideranças femininas em um cenário de incertezas”

Lideranças femininas

O primeiro dia do seminário contou ainda com a participação da empresária Luiza Helena Trajano, que conversou com Teixeira durante o painel “Lideranças femininas em um cenário de incertezas”. Segundo ela, é preciso ir além do discurso da importância da educação para o país e o Brasil precisa começar a agir para buscar essa transformação.

“Faz 40 anos que eu ouço que a educação é a solução para todos os problemas do Brasil. Agora, precisamos fazer acontecer. Ninguém aguenta mais ter só diagnóstico. Precisamos de um planejamento para o futuro do país. É para já”, disse Trajano.