Acontece

Dez pontos de atenção para oferta de ensino técnico por meio de parcerias

Mundo da EPT

Gestores de redes precisam ter organização, dedicação e acompanhamento próximo

A expansão da oferta do ensino técnico de nível médio no Brasil tem o potencial de desenvolver os jovens e o país. Um dos caminhos para as redes estaduais de ensino ampliarem sua oferta de cursos são as parcerias com outros órgãos ou instituições públicas e privadas que as ajudam a aprimorar seu próprio trabalho.

As parcerias são importantes porque diversificam e complementam lacunas do estado (em corpo docente, em infraestrutura, em cursos de alta complexidade, em alcance nos municípios etc.) e tendem a proporcionar um ganho de agilidade e de qualidade na expansão. Entretanto, para que alcancem bons resultados, elas exigem organização, dedicação e bastante acompanhamento do corpo técnico das secretarias.

Ao firmá-las, alguns alertas são necessários, como os que estão no material “Oferta da EPT em parceria: guia de sugestões e recomendações para as redes estaduais de ensino”, desenvolvido em 2023 pelo Itaú Educação e Trabalho (IET). Ele traz dez pontos de atenção aos quais os gestores precisarão se ater durante a execução das parcerias:

  1. manter a proximidade e o diálogo permanentes com os parceiros para eventuais correções de rotas e para a revisão posterior e o aprimoramento da parceria.
  2. lidar com um menor grau de controle sobre a oferta do ensino técnico pelo parceiro, em comparação com sua própria oferta direta;
  3. enfrentar dificuldades para a articulação e a integração efetiva entre os diferentes currículos, da rede estadual e do parceiro, que pode ser o sistema S, ou uma universidade, por exemplo;
  4. comunicar de forma clara e prévia os estudantes sobre o tipo da oferta em parceria a que terão acesso para que fiquem informados e possam fazer escolhas melhores, evitando abandono e evasão escolar no futuro;
  5. promover atividades práticas de nivelamento de aprendizagem para os estudantes, a fim de que eles sanem eventuais defasagens, acompanhem os cursos técnicos e não se desinteressem por eles;
  6. em alguns casos, gerir conflitos relacionados à presença do parceiro dentro da escola pública;
  7. proporcionar transporte e alimentação adequados e sem atrasos para os estudantes, no caso da oferta realizada na unidade do parceiro;
  8. integrar sistemas da rede e do parceiro, incluindo acesso aos sistemas digitais de aprendizagem;
  9. monitorar de forma articulada as aprendizagens da formação geral básica e da formação técnica, com foco no desenvolvimento integral e integrado do estudante.
  10. controlar a frequência dos alunos, o aprendizado e as notas e cuidar da certificação (do curso técnico e do ensino médio).

O guia também dispõe de informações sobre diagnóstico inicial e escolha de cursos técnicos, instrumentos legais para a celebração das parcerias com a instituição ofertante, governança, financiamento e implementação.

Outro material, também do Itaú Educação e Trabalho, menciona a inclusão das parcerias no desenho curricular, que pode ter diversos tipos de arranjos, e o papel dos parceiros. Trata-se do guia “Desenho da Oferta: arquitetura curricular e parcerias”, da coleção A Formação Técnica e Profissional e o Novo Ensino Médio: Guias de Apoio às Redes Estaduais, composta por sete volumes.