Desenvolvimento pleno junto com formação profissionalizante potencializam as trajetórias formativas das juventudes

A educação integral ofertada junto com a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) tem se consolidado em alguns estados do Brasil como uma estratégia para fortalecer as trajetórias formativas dos estudantes do ensino médio das redes públicas e prepará-los melhor para a vida e para o mundo do trabalho.
Nos anos recentes, tanto o ensino integral quanto a EPT vêm passando por uma expansão expressiva no país. Houve um aumento de 5,7% das matrículas integrais em 2016 para 21,7% em 2024 (quadruplicou em oito anos), de acordo com dados do Censo Escolar, e a porcentagem de jovens matriculados no ensino técnico foi de 8% em 2013 para 15% em 2023, chegando a 17,2% em 2024 (mais que dobrou em onze anos), segundo o relatório Education at a Glance, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Ao integrar conhecimentos acadêmicos e experiências práticas para o desenvolvimento pleno dos jovens, em suas múltiplas dimensões (cognitiva, física, social, emocional etc.), e contar com mais tempo de aprendizagem, o ensino integral ofertado junto com a formação técnica contribui para formá-los melhor e para que estejam aptos a lidar com as reais demandas do mundo do trabalho. Há outros benefícios, que estão listados a seguir.
1. Permanência escolar e redução da evasão
O ensino integral combinado com a EPT torna a escola mais instigante e atrativa, aumenta o vínculo dos jovens e evita que eles a deixem precocemente para buscar trabalho informal ou subemprego, permitindo que continuem aprendendo enquanto se formam para acessar depois melhores oportunidades de inserção e remuneração.
2. Dois diplomas ao concluir o ensino médio
O jovem termina a Educação Básica com um diploma relativo à etapa média e com um diploma de técnico, o que lhe permite já procurar emprego formal na área profissional na qual se formou, ampliando suas chances de inserção qualificada.
3. Integração entre teoria e prática
O modelo combina aulas teóricas e práticas, o que possibilita ao estudante aplicar conhecimentos, desenvolver competências e amadurecer com base em experiências reais ou simuladas na escola.
4. Desenvolvimento de competências profissionais e comportamentais
Os estudantes ampliam habilidades como responsabilidade, postura profissional, comunicação, resolução de conflitos e ética, cada vez mais exigidos pelo mundo do trabalho.
5. Ampliação das oportunidades de inserção no mundo do trabalho
A formação técnica e a qualificação profissional, aliadas a um desenvolvimento integral do estudante com atividades interdisciplinares, aumentam as chances de contratação, abertura de portas e continuidade de trajetórias profissionais.
6. Ganho de autonomia e responsabilidade
A rotina integral estimula hábitos saudáveis, foco, disciplina e organização entre os estudantes, o que fortalece a autonomia e a responsabilidade, aspectos bastante demandados pelo setor produtivo.
7. Fortalecimento do projeto de vida
Ao experimentarem rotinas profissionais reais ou simuladas, os jovens conseguem identificar seus interesses, necessidades e possibilidades para assim estruturarem escolhas mais conscientes sobre sua carreira, estudos e futuro.
8. Transição escola-trabalho mais segura
O jovem chega ao mercado com conhecimentos práticos, visão de processos produtivos e mais maturidade, o que reduz sua vulnerabilidade a trabalhos informais e precários.