Em coluna no jornal Valor Econômico, a superintendente do Itaú Educação e Trabalho defende ampliação da EPT com qualidade como vetor de crescimento socioeconômico do país
A expansão e aprimoramento da oferta de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) deve ter como foco a qualidade da oferta aos jovens, especialmente na educação pública brasileira, promovendo, desta forma, desenvolvimento socioeconômico para enfrentar as desigualdades no país. Esta é a reflexão que Ana Inoue, superintendente do Itaú Educação e Trabalho, propõe em sua coluna mensal no jornal Valor Econômico, publicada na sexta-feira (16/05), com o título “O foco sobre qualidade da educação profissional será decisivo”.
Em seu artigo, Inoue reflete sobre a situação atual do ensino no país, afirmando que é função da sociedade brasileira garantir que ele tenha melhorias. Relembra, por exemplo, dados do Censo Escolar 2024, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), em colaboração com o Ministério da Educação (MEC), que mostra que 95,5% das novas matrículas EPT desde 2023 ocorreram na rede pública. A superintendente lembra que 86,8% dos jovens brasileiros cursam o ensino médio público. “Isso quer dizer que a imensa maioria dos adultos em breve serão egressos de escolas públicas. Isso nos traz uma responsabilidade grande de zelar pela qualidade da educação pública como forma de garantir um futuro digno ao nosso país e ao nosso povo”, escreve.
Inoue acredita que uma das vantagens competitivas do Brasil em relação aos demais países é a quantidade de jovens, ainda maior do que de pessoas de terceira idade, e que essa vantagem deve ser utilizada de forma a ampliar o desenvolvimento econômico da nação. Destaca, porém, que essa vantagem está com os dias contados com o início da reversão do bônus demográfico.
“Hoje temos demanda, recursos e modelos para que a EPT desponte no Brasil. Temos o desejo das juventudes por um caminho profissional. Temos interesse por parte dos governantes que enxergam o potencial desta modalidade. Temos a possibilidade de formar profissionais qualificados para impulsionar os diversos setores que movem nossa economia. Ou seja: temos a chance de fazer o Brasil melhorar social e economicamente por meio de suas juventudes e transformar uma vantagem comparativa em vantagem competitiva,” diz Ana Inoue.
No texto, ela também cita os avanços recentes na EPT, entre eles a construção da Política Nacional de Educação Profissional e Tecnológica (PNEPT), a instalação de uma diretoria de EPT no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) para avaliar a qualidade dessa oferta e recursos que devem ser injetados pelos estados na Educação Profissional a partir do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).
Inoue reforça o compromisso que cada estado brasileiro deve ter com a qualidade do ensino e estratégias de ampliação da oferta. Nesse contexto, ela lembra da criação do Instituto Estadual de Educação Profissional, Tecnologia e Inovação (IERN), no Rio Grande do Norte, que expandiu de 5 mil matrículas, em 2018, para mais de 10 mil, em 2023, na EPT do estado, com o diferencial de ter definido cursos de cada unidade por meio de um processo participativo envolvendo comunidade, estudantes e o setor produtivo, além da garantia de infraestrutura moderna e recursos tecnológicos avançados. Ou, ainda, as escolas agrícolas do Rio Grande do Sul, com uma formação profissional de qualidade por meio da atenção à especialidade regional e contemplação do perfil socioeconômico local, contemplando os pilares do Estado, da produção e da comunidade.
“A pavimentação de um caminho que permita às juventudes se inserirem econômica e socialmente por meio de uma formação de qualidade e de efetiva perspectiva de desenvolvimento profissional é condição para que o Brasil se torne o país que desejamos: socialmente justo e economicamente sustentável. E competitivo”, conclui.
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