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Ana Inoue: Ensino em tempo integral e EPT

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Em artigo, superintendente do Itaú Educação e Trabalho defende a oferta de maior tempo de aprendizagem e a Educação Profissional e Tecnológica como ferramentas para atenuar desigualdades entre jovens

O ensino em tempo integral alinhado à Educação Profissional e Tecnológica, que prepara o jovem para o mundo do trabalho, pode fazer a diferença aos estudantes. Esta é a reflexão que Ana Inoue, superintendente do Itaú Educação e Trabalho, propõe em sua coluna mensal no jornal Valor Econômico, publicada na sexta-feira (14/02), com o título “Ensino em tempo integral e EPT". 

De acordo com a superintendente, ambas as medidas podem ser ferramentas para reduzir as desigualdades entre alunos e melhorar as trajetórias de vida deles, aumentando o tempo de aprendizado de qualidade. 

No texto, Inoue traz bons exemplos de articulação entre EPT e ensino integral e que podem ser referência para gestores estaduais, como o Pernambuco, estado brasileiro com maior percentual de estudantes do ensino médio matriculados em instituições de ensino integral, com 66,8% do total (Censo Escolar 2023), e o Piauí, estado com o maior número absoluto de matrículas no Ensino Profissional em 2023, ocupando a primeira posição em percentual de matrículas de EPT. “O que esses casos têm em comum? São Estados que conseguiram instalar políticas de Estado e não de governo, garantindo a continuidade, expansão e melhoria das iniciativas para entregar aos jovens ensino acessível e de qualidade. São também Estados em que os modelos foram construídos com base em evidências, as políticas foram valorizadas e se tornaram mais robustas porque os resultados de aprendizagem dos alunos são consistentes”, analisa. 

A superintendente também relembra que políticas recentes fortalecem a Educação Profissional e Tecnológica, como o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que irá viabilizar recursos para ampliar a oferta e qualificação de cursos EPT. No entanto, salienta que em um país de grandes desigualdades socioeconômicas, é preciso ter em mente as complexidades e necessidades desse grupo de jovens de forma a providenciar uma educação qualificada e que permita a inclusão produtiva. “Aqui chamo a atenção do setor produtivo, que pode não só contribuir, por exemplo, com um envolvimento e apoio efetivo na construção atualizada dos currículos de EPT no ensino integral, como também viabilizar oportunidades de articulação desses estudantes com o mundo do trabalho. Este diálogo entre o setor produtivo e a educação pública é necessária para que o Brasil avance e se desenvolva de forma plena,” afirma. 

Por fim, Inoue reforça que devemos fazer isso não só pelas juventudes e pelos setores produtivos que vão precisar de profissionais bem formados e qualificados, mas também pelo país que pode vir a ser uma democracia plena com menos problemas advindos desta distorção que hoje o coloca na lista de países com maior desigualdade do mundo. “As soluções não são simples, nem rápidas e tampouco devem ser temporárias. O projeto é de longo prazo, exige planejamento, dedicação e um olhar atento para as necessidades do agora e do futuro das juventudes,” conclui. 

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